segunda-feira, 23 de abril de 2012

Fones de ouvido.

Nunca mais dou ouvidos a essas correntes, em prol de algo, de redes sociais. Perda de tempo. Se você usa o facebook provavelmente já foi muito importunado com estas!
Sempre tem um amigo desocupado ( Talvez seja você esse amigo!) que supõe que ganhará o reino dos céus compartilhando imagens de seu Deus na cruz . Ou que vai se tornar um bom filho compartilhando uma imagem que diz “ Mãe eu te amo!”, sendo que muitas vezes a mãe nem imagina o que seja internet !
- Face book? (traduz com um inglês quase analfabeto!) Livro de faces. Falei, um dia o Antônio ia tomar gosto pelos livros!
Existem até alguns divulgadores/compatilhadores , como queira, bem intencionados. Mas você bem sabe que de boas intenções o inferno está lotado, quase não cabe mais. Por isso, não dê ouvidos. Digo por experiência própria!
Há algum tempo que existe, no facebook, a campanha “DOE UM FONE DE OUVIDO A UM FUNCKEIRO”, feita pelo fato de algumas pessoas não respeitarem os espaços coletivos. Serei mais claro, o cara chega num ônibus ( às 18:00h, quando todo mundo está largando do trabalho!) e se acha no direito de ouvir sua musica com o volume mais alto que puder, por acreditar que todo mundo é obrigado a comungar do que ele acha interessante! O pior é que, na verdade, não é nada interessante. ( suponho que ninguém reclamaria se ,por acaso, alguém pusesse o CD “alucinação- Belchior”, para rolar!) Nem todo mundo quer escutar quanto é gostoso praticar pedofilia!
Na sexta-feira passada, marquei com um velho amigo de irmos à praia. Fazia tempo que não nos víamos, o Maike passou dois anos em São Paulo ,decidimos tomar umas cervejas em Boa Viagem. Fomos e foi revigorante pôr as novidades em dia, além do banho de mar, que é na verdade um banho de boas energias.
Na volta pegamos “ BOA VIAGEM CDU/CAXANGÁ “, ônibus que nos deixa perto de casa. Já não tínhamos o que falar, também não convinha, pois que o ônibus estava bastante apertado. Não bastasse, um cidadão ainda teve a idéia de pôr uma musica no celular. Um chiadeiro só!
Agora imagine, um ônibus lotado e você ouvindo – Novinha não chora que papai vai te dar gagau agora!
Acredite, esta é a fórmula mágica para acabar a alegria de qualquer humano são. Entreolhamo-nos ( eu e o Maike.) num tom quase risonho, por saber que logo passaria. Quando chegamos à Avenida Agamenon Magalhães, Pasmem! Engarrafamento. Agora  sim, nos olhamos com preocupação, quase desespero!
Levantei a sobrancelha direita, como quem cobra uma atitude, ao amigo! Nada. Olhou-me como quem encoraja um guerrilheiro amedrontado a entrar na trincheira de guerra.
Pensei em nada fazer, mas lembrei do fone de ouvido que trazia na bolsa. Abri-a com voracidade, peguei o fone... Respirei... Encostei de leve por sobre o ombro do rapaz e ele me olhou como quem pergunta – Conheço de onde? Levantei a mão direita mostrando o fone... Pigarreei e com uma voz cambaleante, disse:
- Boa tarde, meu amigo. Aceita um presente?
O rapaz emudeceu... Olhou-me como quem entendeu a mensagem e puxou o fone da minha mão, como quem furta. Acredite, quase voei de tão leve que fiquei. Pensei que o cara iria me matar de porrada!
Voltei ao meu lugar, mas notara que o rapaz ainda não estava usando o fone. Voltei o rosto na direção dele, na verdade me sentindo um herói da ordem pública e vi quando ele sorriu de lado e atirou o fone pela janela! 
-Filho da puta, MEU FONE! (Exatamente o que me veio à mente, como um grito.)
Pior foi ver todo mundo achando graça. Bem capaz que também gostassem das musicas e do desrespeito!
A partir dessa sexta-feira (20/04/2012.) deixo claro que não participo dessas correntes. Na verdade o povo precisa não de fones... O povo precisa é de educação e esta não se vende numa loja de conveniências. Quanta inconveniência, não?

-Gleison Nascimento, 24/04/2012-

terça-feira, 17 de abril de 2012

Pegando ônibus

Um dia desses, conversando com o poeta Gleison Nascimento, comentei que os ônibus são um terreno fértil para a composição de crônicas, no entanto, não me lembro de, alguma vez, ter "cronicado" sobre o assunto. Hoje é o dia!
Esperava o meu ônibus chegar, quando alguém passou por mim, como um furacão, em busca do veículo esperado. Eu sorri, para mim mesmo, disfarçadamente e pensei numa crônica!
Pegar o ônibus é um fato interessantíssimo! Para uns é fácil. Fazem até no automático. Para outros é uma aventura.
O sujeito sai atrasado de casa e passa quase correndo pelas calçadas. A sua linha é muito rara, por isso ele se apressa para não perder o horário. A 50 metros da parada, ele avista o seu ônibus. Sai correndo com mala, bolsa, terno, a maçã ou qualquer outra coisa que estiver carregando e tenta atravessar a avenida movimentada! Os carros buzinam, ele quase morre atropelado e volta pra calçada. Molhado de suor, aperta o botão pra fechar o sinal pros carros, balança a perna impaciente, arranca os cabelos e o seu ônibus raro vai embora...e como se não bastasse essa tortura, mais dois ônibus da mesma linha(que é muito rara) passam atrás do primeiro e assim que eles se vão, o sinal abre para os pedestres...O sujeito olha e conta: um, dois,três...três ônibus!!Droga!! Ele senta e espera o próximo ônibus pensando no quanto sua vida é miserável...
A mulher bonita é a que mais se dá bem! Quando ela aponta na esquina, o motorista do ônibus, que vem chutado, buzina. O som da buzina parece dizer: vai pegar esse? A mulher estende a mão, como quem dá a mão pra ser beijada e o motorista pisa no freio. Cantando pneu e balançando como carro de boi, o ônibus para bruscamente. Ela vem desfilando pela calçada, sem pressa e os carros param quando ela dá o menor sinal de que vai atravessar. Ela cruza a avenida com tranquilidade e quando as portas dianteiras se abrem, um motorista cantarolante lhe dá um bom dia!
Os velhinhos, coitados, poucos se lembram dele. " Meu filho, que ônibus é aquele?"...VRUMMMM!!..e o ônibus vai embora!" E aquele?"..VRUMMM..."E aq..."...VRUMMM... Alguém tem que perguntar qual o ônibus que eles esperam e então ajudá-los.
Tem pessoas que tem tanto medo de perder o ônibus que praticamente se jogam no meio da pista para induzí-lo a parar. Um dia desses aconteceu algo assim e o sujeito não conseguiu pegar o ônibus. Foi pego por ele.
Pior que esperar o seu ônibus chegar, deve ser não saber qual ônibus esperar. Aí a pessoa fica parando todos os ônibus que passam. " Esse passa na Federal??" grita. " Pega o CDU VÁRZEA!"  alguém responde. Aí o ônibus segue seu caminho e a pessoa para o próximo veículo cujo nome é "TOTÓ"..." Esse passa na Federal??"...
Sabem porque eu comecei a crônica mencionando que alguém passou por mim como um furacão? Porque um outro dia eu peguei um ônibus que eu nem queria. Foi na integração do Barro. Eu estava tentando ir pro metrô e tinha tanta gente correndo na minha direção que eu pensei que era um arrastão ou o fim do mundo( porque 2012 é o ano dessa síndrome de fim do mundo, né?!). Não era uma coisa nem outra. Tentei fugir, mas não deu. Fui empurrado pela multidão e adentrei o grande ônibus vermelho. Perguntei a um homem gordo que me oprimia :"Moço, que onibus é esse?". " BARRO MACAXEIRA" disse.
É assim...pegar o ônibus é o começo de tudo... o resto, da porta do ônibus pra dentro, é outra história, ou melhor, outra crônica...

-Danillo Melo-
 17/04/2012

segunda-feira, 16 de abril de 2012

Chico Buarque em Recife.

O publico caloroso de Pernambuco tem atraído muitos artistas nacionais e internacionais para Recife. Paul MacCartney ( No campo do arruda, casa do glorioso Santa Cruz F.C.) e Chico Buarque, por exemplo estão com shows marcados para esta semana. Bem, como um bom estudante, que sou, não vou poder estar a nenhum dos dois... Não que me falte tempo, não. Tempo não me sobra, mas também não me falta. O que falta é dinheiro!
Acontece que o preço do ingresso para os shows está um absurdo. O ingresso do show de Paul, confesso, nem sei quanto custa ( Também, em nada me interessa o Beatle. Que me perdoe o mundo do Rock!), mas o de Chico, da ultima vez que vi custava a bagatela de 230,00 R$. Baratinho, não? Não mesmo!
Lembro que dia desses vínhamos, eu e o amigo (também cronista.) Danillo Melo, discutindo sobre esse assunto. Fui/Sou, de fato, ferrenho nas críticas quanto aos preços do show do Buarque. No auge da discussão, gozei da intimidade com o amigo e me permiti ser quase maldoso com o (grande) compositor:
- O fato de fazer um show nesse preço descaracteriza o aspecto popular (?) defendido, outrora, por Chico. Quase uma contradição. Chico está, em minha opinião, pisando em tudo o que disse no passado! ( Veneno de fã que não vai poder assistir ao show!)
O amigo, que estava tragando a guaraná Antártica, quase engasgou. Olhou-me como quem não escutou o que foi dito. Confirmei!
- Isto mesmo. Uma heresia! ( Na verdade quando falei  “Uma Heresia” me referia ao que eu tinha acabado de dizer, mas ele não precisava saber!)
Eu vi, nessa hora, o camarada quase me expulsar do quintal de sua casa. Cofiou o cabelo que quase lhe faltava ( alguns dias antes tinha sabido que passou no curso de letras da Universidade Federal de Pernambuco!), me olhou como um advogado de defesa e discorreu com a educação de sempre:
- Na verdade eu acho um exagero. ( eu também!) Realmente o preço está absurdo, mas daí dizer que o Chico está se contradizendo... Bobagem. Exagero puro!
- Nada... ( Interrompeu-me)
- Na verdade ele não cuida dos preços... Só é contratado. Chega, faz o show e vai embora para o Rio de Janeiro.  Os patrocinadores, estes sim, são culpados!
Concordei com o poeta. Mesmo assim cogitei:
- Mas, Danillo, Como é o nome do responsável por trazer o Buarque à Pernambuco.
- Ah meu velho, sei lá.
- Então, me diz, a quem eu vou criticar? Em quem vou descer a lenha?
- Cara, desce no Chico mesmo, que eu vou é dormir!
- Boa noite, meu irmão!
- Vai lá.
Voltei para casa, cansado de tanto falar mal do Buarque, mesmo que de boca a fora. Pus o Cd Carioca pra tocar e fui dormir feliz pelo fato de Chico existir, mesmo cobrando 230,00 R$ pelo ingresso do show.

-Gleison Nascimento, 16/04/2012-

quinta-feira, 12 de abril de 2012

GPS

O homem desde sempre conseguiu chegar aonde quis. Desde sempre, por si
só, o homem conseguiu encontrar o seu destino, até o dia em que
inventaram o GPS.
 Para quem não sabe o GPS é uma tecnologia que tem como objetivo
atrapalhar a viagem dos condutores de carro. Na verdade, acredito que
o GPS é invenção dos donos de posto de gasolina. Sim, porque nunca vi
nada alongar mais uma viagem do que os conselhos do GPS. Aquela voz
(esposa do dono dos postos BR?) fica te dizendo: - Daqui a 300 metros
dobre à direita. – Entre à esquerda para a Avenida Austáquio de Souza.
– A 200 metros curve levemente para a direita na Avenida Doutor
Maviael de Andrade... E pronto, estás perdido!
 Nesse momento é que você apela para a forma mais eficiente de
informações de trânsito. O bom e velho PPS ( Pergunta Para Saber!)
entra em cena para salvar a sua pele.
O primeiro passo é encontrar um acostamento. Depois disso você aborda
o primeiro marchante que lhe aparentar bom humor e pergunta: - Oh
patrão, como faço para chegar à Avenida Caxangá? Pronto, mas não se
iluda. É apenas o primeiro passo para a liberdade, depois de chegar,
aliviado, em casa, entre na internet e anuncie a venda de um GPS
novinho em folha. Duvido que alguém em sã consciência queira comprar,
mas há sempre um louco, viciado em tecnologia, que talvez ainda se
iluda com as facilidades trazidas pelo GPS. Bem, antes de sair de casa
o bom mesmo é ver se o celular está carregado ( quem não tem um amigo
Atlas a quem se possa enviar um SMS de SOS?) e o mapa no porta-luvas. Se, por acaso, alguém quiser te vender um GPS, não exite. Mande-o à PQP.

-Gleison Nascimento-

terça-feira, 10 de abril de 2012

A flor de Antônio

Antonio, trabalhador de uma montadora de carros em Ipojuca, acorda todos os dias as 5:30 da manhã e vai de bicicleta ao trabalho. Ganha dois salários mínimos, com os quais faz o máximo pra render até o fim do mês. Contas? Muitas. divertimentos? Raros. Em alguns fins de semana, reúne os amigos pra beber Coca com Rum Montila e ver mais graça na vida, que poucas vezes lhe é engraçada durante a semana. Filhos na escola, esposa em casa. A sua cabeça afogada no trabalho, fadiga, stress, pergunta-se: "porque tão longo é o dia?" Certa feita resolveu mudar! Largou o emprego, separou da mulher, deixou os filhos com a avó e caiu no mundo a fora. Ultima vez foi visto numa praia deserta, vendendo flores. Sorridente como um bom vendedor, entregava suas rosas perfumadas as freguesas seguida dos seguintes dizeres: "uma flor para uma bela". que lhe retribuíam com o ar de sua graça e os R$ 2,50 do delicado ser vivo. Juntava!! e enviava mensalmente uma quantia pra sua mãe.
Ao contar sua história, disseram - “louco, irresponsável!!" Ele simplesmente respondeu - “a pior irresponsabilidade é aquela com a nossa própria vida. Ser infeliz por um ideal social, é a morte que mata aos poucos. Pois viver matando o tempo, é suicidar-se, sem prazer”.
Pensei o quanto valioso na vida é o apreço por ela. Viver é muito mais que ter um trabalho, renda fixa, pagar suas contas em dia, que já é muito difícil. Além disso, é necessário encontrar motivos para sorrir todos os dias, dar gargalhadas, perceber o que nos circunda. Mesmo um coração recrudescido, pode esmorecer diante de uma flor!

- Frank Sósthenes-
( Crônica publicada pelo autor no facebook.)