segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Um tapinha não dói...

Em cima da minha casa, na parte dos fundos, existe uma caixa d'água que, creio eu, comporta mais de 1000 litros d'água. Meus irmãos, quando jovens, há cerca de 25 anos atrás, eu acho...(velhos, não?!), subiam no telhado da casa e iam "nadar" dentro da caixa. E se a minha mãe descobrisse, a coisa ficaria feia e eles iriam apanhar, com certeza...e apanhavam. De todas as opções existentes para bater nos filhos, a que ela mais gostava era o raspa-coco ou "rapa-coco", segundo ela própria. Se o leitor não sabe o que é, aqui está:
Bonito, não?! O problema da pisa com o rapa-coco era exatamente porque a minha mãe costumava usar não a parte da madeira, mas a parte dos dentes pra corrigir os bagunceiros. É verdade...até hoje, alguns deles carregam pequenas marcas brancas nos braços, marcas que eles mostram, quase com orgulho, cheias de histórias que eles contam sorrindo...Na minha época os instrumentos utilizados foram apenas o cinturão, a sandália e a palmada...nunca provei o "rapa-coco", mas provei o coco que a minha mãe ralava com ele...

Lei 10406 do Código Civil, Art. 1634:
"Compete aos pais, quanto à pessoa dos filhos menores:
VII - exigir que lhes prestem obediência, respeito e os serviços próprios de sua idade e condição."

A mudança no texto foi:

"VII - exigir, sem o uso de força física, moderada ou imoderada que lhes prestem obediência, respeito e os serviços próprios de sua idade e condição."


É a lei da palmada...a lei que a minha mãe seguia, ou não seguia, ou ambos. Não se educa com palmada? Claro que se educa! Eu e meus irmãos fomos educados por ela. Eu, particularmente, recebi palmadas e castigos. Não foram muitos, mas foram suficientes para me tornar conhecedor das duas medidas educativas. Ambas funcionam e se aplicadas no momento e na medida certos, alcançam o efeito pretendido. Aconselho os pais a usá-las, com sabedoria e moderação. Não defendo os abusos e maus-tratos que debilitam e até matam crianças. Não defendo os pais que usam da força física ou psicológica para oprimir, humilhar e subjugar. Não defendo o "rapa-coco", mas defendo a liberdade dos pais em usarem um tapinha para educar, para instruir e corrigir. O estado quer diminuir o direito dos pais a exigirem obediência, mas não abre mão da força que ele mesmo usa para recebê-la. Como se abafa uma manifestação popular numa Avenida no centro do Recife? Com palmada ou sem palmada? "Não batam nos seus filhos...deixem que nós o fazemos!" O estado quer educar de fora pra dentro, mas a educação vem da família. Os pais precisam exercer esses direitos e o estado só deve intervir quando necessário. Em nome de uma falsa "liberdade", os valores que unem e fortalecem as famílias, e que são imprescindíveis para a solidez da sociedade, estão se desfazendo diante de nossos olhos...As músicas que incitam a pedofilia, o tráfico de drogas e a violência andam por aí, mas a palmada, não querem que ela vá a lugar nenhum...

"Art. 2º Considera-se criança, para os efeitos desta Lei, a pessoa até doze anos de idade incompletos, e adolescente aquela entre doze e dezoito anos de idade."
(Fonte: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8069.htm)

Algumas dessas crianças e adolescentes cujos pais não podem exigir obediência por meio de força física, moderada, usam dessa mesma força, de maneira imoderada, para assassinar aqueles que lhe deram e lhe sustentam as vidas. Que os pais não assassinem os filhos e que os filhos não assassinem os pais! Não acredito que a palmadinha seja o único e melhor dos recursos usados para corrigir, mas acredito que ela é um deles. A questão aqui é bem maior do que a polêmica entre bater ou não bater. A questão é sobre impor limites, exercer autoridade e punir. Elementos que o estado sabe e usa muito bem quando quer satisfazer o interesse de minorias privilegiadas. A questão aqui vai mais além da da palmada. A questão aqui é a maneira como o estado tenta tapar o sol com a peneira. Os pais precisam ensinar, principalmente pelo exemplo, como os filhos devem ser bons cidadãos e corrrigir quando necesário. O estado deve proteger e garantir a união e fortaleza das famílias. Alguém diz pra eles que eles estão fazendo isso errado, por favor!!... Bem que eles mereciam um tapinha...



-Danillo Melo-
 10/09/2012




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