quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Porque quero ou porque preciso?

Coisa intrigante no mundo de hoje é a tecnologia. Ela faz com que coisas que antes não existiam se tornem necessárias e até " indispensáveis". Ela nos faz dizer " não consigo viver sem isso e sem aquilo!". Nos faz escravos, nos torna dependentes. Basta experimentar...
Aprendi há alguns dias atrás, numa aula, na igreja, que existe uma diferença entre desejo e necessidade. E que, muitas vezes, nós, ao transformarmos certos desejos em necessidades, acabamos por negligenciar coisas que são realmente importantes... É muito fácil, hoje em dia, trocar de lugar, na lista de prioridades, a posição das coisas necessárias e das desejadas. Elas se confundem e algumas vezes se fundem. Viram dilema. Geram dúvidas. Aí vai um exemplo: Há algumas semanas atrás, não conseguia escrever nenhum texto para o Blog. Estava decepcionado comigo mesmo... Faz muito tempo que eu escrevo. O leitor não sabe (ou talvez saiba) o quão difícil é querer escrever uma música, uma crônica ou um poema, mas não receber inspiração. Escrever é tanto desejo quanto necessidade. Há muitos anos atrás, uma caneta e um papel eram meu pincel e minha tela, minhas ferramentas para a construção do meu mundo (muitas das obras dessa época ainda tenho guardadas). Então o computador entrou na minha vida e pronto! Exatamente naqueles dias em que não consegui escrever nenhum texto para o blog, eu estava sem computador. O poeta Gleison Nascimento não me fez nenhuma cobrança, mas se o fizesse, eu teria a resposta pronta: "Sabe como é, né, poeta?! Tô sem computador..." O pior de tudo foi mentir, assim, descaradamente, pra mim mesmo... Os meus velhos papéis, amarelados e repletos de composições antigas, devem ter se envergonhado de mim, se é que não se ofenderam... A vida está repleta de coisas que trafegam entre o desejo e a necessidade... Não é assim com o amor?.. Quando estamos sozinhos, talvez desejemos alguém, mas não necessitamos. E quando encontramos um certo alguém, sentimos uma peça a preencher um espaço que não sabíamos que estava vazio. Aí vem uma coisa chamada saudade e nos faz sentir que o que ontem era desejo, hoje, é necessidade... É como esta crônica... Eu conversava com a bela Khrízia Taynã, pelo telefone, quando nos despedimos e ela me aconselhou a não ir dormir tarde, escrevendo uma canção ou um poema. Respondi que faria conforme ela dissera, mas que tal conselho não seria atendido caso eu estivesse inspirado. Desliguei o telefone, fui até o banheiro e escovei os dentes. Passei pela sala e fitei o notebook, fechado, sobre a mesa. Foi quando esta crônica me inundou a mente... Não resisti. Não consegui me conter. Abri o notebook, deslizei os dedos pelo teclado e fui correndo matar essa sede... de querer.... ou de precisar...ou de ambos...

-Danillo Melo-
16/08/2012 às 01:51hs

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