terça-feira, 10 de abril de 2012

A flor de Antônio

Antonio, trabalhador de uma montadora de carros em Ipojuca, acorda todos os dias as 5:30 da manhã e vai de bicicleta ao trabalho. Ganha dois salários mínimos, com os quais faz o máximo pra render até o fim do mês. Contas? Muitas. divertimentos? Raros. Em alguns fins de semana, reúne os amigos pra beber Coca com Rum Montila e ver mais graça na vida, que poucas vezes lhe é engraçada durante a semana. Filhos na escola, esposa em casa. A sua cabeça afogada no trabalho, fadiga, stress, pergunta-se: "porque tão longo é o dia?" Certa feita resolveu mudar! Largou o emprego, separou da mulher, deixou os filhos com a avó e caiu no mundo a fora. Ultima vez foi visto numa praia deserta, vendendo flores. Sorridente como um bom vendedor, entregava suas rosas perfumadas as freguesas seguida dos seguintes dizeres: "uma flor para uma bela". que lhe retribuíam com o ar de sua graça e os R$ 2,50 do delicado ser vivo. Juntava!! e enviava mensalmente uma quantia pra sua mãe.
Ao contar sua história, disseram - “louco, irresponsável!!" Ele simplesmente respondeu - “a pior irresponsabilidade é aquela com a nossa própria vida. Ser infeliz por um ideal social, é a morte que mata aos poucos. Pois viver matando o tempo, é suicidar-se, sem prazer”.
Pensei o quanto valioso na vida é o apreço por ela. Viver é muito mais que ter um trabalho, renda fixa, pagar suas contas em dia, que já é muito difícil. Além disso, é necessário encontrar motivos para sorrir todos os dias, dar gargalhadas, perceber o que nos circunda. Mesmo um coração recrudescido, pode esmorecer diante de uma flor!

- Frank Sósthenes-
( Crônica publicada pelo autor no facebook.)

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