sexta-feira, 18 de maio de 2012

Professor!! Tudo bem?!

Atrasado para o casamento de um dos meus melhores amigos, desci do ônibus, rapidamente, e percorri a parada a passos largos... foi muito rápido! Depois de tanto estudar sobre Bakhtin e o dialogismo e os textos e os discursos e os enunciados, dei-me conta de que posso ter compreendido esses complexos conceitos naquele noite. Ele estava lá, sentado,como eu costumava vê-lo em sala. Eu o conheci de longe. Estava rodeado por algumas pessoas. Corri em sua direção e estendi-lhe a mão com o olhar de admiração de sempre. O enunciado foi: "Professor!!Tudo bem?!" Ele me olhou um pouco admirado, apertou a minha mão e respondeu: "Tudo!" Então eu fui embora com a mesma rapidez com que havia chegado. Era o professor Tomaz! Uma parte do enunciado era claro: aluno cumprimenta professor. Todo o resto estava, mas não estava lá.  Professor!! Tudo bem?! Lembra de mim?...acho que não! Eu sou um dos muitos alunos que o cumprimentam na rua. Talvez um que você não se lembre, exatamente, quem é. Mas sou mais um que foi enfeitiçado pelas fantásticas aulas de literatura que o senhor nos concedia. Não faz mal se não lembrar de mim. É uma honra poder apertar sua mão e sentir que está bem. Poder olhar os seus olhos cheios de vida. São só cinco minutos do lugar onde o encontrei até o meu destino, mas pude pensar em o quanto suas aulas me inspiraram e me incentivaram a buscar e realizar meus sonhos. Quase consegui ouvir você recitando belíssimos poemas. Visualizei o garoto que queria ser escritor,lhe mostrando os poemas que havia feito e esperando com ânsia as suas críticas. Ele ainda escreve e ainda sonha em se tornar escritor. Não lhe contei que estou cursando Letras? Pois é! Tem sido uma experiência incrível! Queria dizer obrigado! A moça que fazia parte do grupo ao seu redor sorriu quando o cumprimentei. Pensei ser ela mais uma que admira e compreende a influência gigantesca do seu trabalho. Espero que a pressa não tenha escondido a gratidão dos meus olhos. Os seus, me diziam que, assim como eu, você iria compor uma crônica ou então iria contar o episódio ao seus alunos, como uma  boa anedota. Talvez você não saiba, mas eu não sou só um antigo aluno que reconheceu seu rosto. Eu sou um dos frutos do seu trabalho. Alguém que deseja, assim como você, ser um professor, um formador de opinião, um influenciador de destinos. E quem sabe, no futuro, eu possa ser cumprimentando por alguém na rua que me diga: Professor!!Tudo bem?...E eu, assim como você, responda à altura: "Tudo"!


-Danillo Melo-
15/05/2012

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