A minha avó, a velha Maria
do Carmo Mendes, degustou, ontem à noite, a nostalgia de seus tempos de
alvores, ao saber do fim do casamento de uma prima distante, nossa. Falou-me
como quem lamenta:
- Casamentos
descartáveis, estes de hoje. Casa-se em nome do amor e sapara-se como se o amor
fosse um defunto indigente! No meu tempo de juventude, não... (Deixou de me
fitar e pareceu se perder em lembranças)
O amor vinha com o decorrer dos anos. As moças casavam com quem deviam se casar
e pronto. Estava resolvido. Papai mesmo, quando me apresentou Sivuca, (Meu
avô) confesso que me deu vontade de dizer
que não aceitaria me casar. (Gargalhou timidamente como quem revive algo
bom) Sujeitinho mal-acabado, fedendo a
aguardente e com cara de malandro, mas como papai estava bastante animado com o
futuro noivado não contrariei. Noivei e posteriormente casei, mas nos primeiros
meses eu não agüentava olhar na cara daquele sujeito. Os meses passaram e, para
minha surpresa, o Sivuca mostrou suas virtudes. Eu passei a respeitá-lo. Com os
anos passando fui aprendendo a amá-lo. Desta forma lhe fui fiel até os últimos dias
de sua vida. Os primeiros meses de casamento foram uma tortura, é bem verdade,
mas o tempo me ensinou a admirá-lo. Hoje as mocinhas só casam se, por ventura,
julgarem que já amam os companheiros. Tolice! Não se fazem mais casamentos como
antigamente.
E eu lhe disse, aliviado:
- Graças ao bom Deus!
-Gleison Nascimento-
30/11/2012
-Gleison Nascimento-
30/11/2012
Olá Gleison.
ResponderExcluirEu tenho um blog sobre histórico sobre a minha cidade e tenho uma página com crônicas. E gostei muito da sua crônica "Não se fazem mais casamentos como antigamente! ". Gostaria de saber se posso publica-la no meu blog, claro com os seus devidos créditos.
A URL do meu blog é osanosincriveis.com