sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Não se fazem mais casamentos como antigamente!



A minha avó, a velha Maria do Carmo Mendes, degustou, ontem à noite, a nostalgia de seus tempos de alvores, ao saber do fim do casamento de uma prima distante, nossa. Falou-me como quem lamenta:

- Casamentos descartáveis, estes de hoje. Casa-se em nome do amor e sapara-se como se o amor fosse um defunto indigente! No meu tempo de juventude, não... (Deixou de me fitar e pareceu se perder em lembranças) O amor vinha com o decorrer dos anos. As moças casavam com quem deviam se casar e pronto. Estava resolvido. Papai mesmo, quando me apresentou Sivuca, (Meu avô) confesso que me deu vontade de dizer que não aceitaria me casar. (Gargalhou timidamente como quem revive algo bom) Sujeitinho mal-acabado, fedendo a aguardente e com cara de malandro, mas como papai estava bastante animado com o futuro noivado não contrariei. Noivei e posteriormente casei, mas nos primeiros meses eu não agüentava olhar na cara daquele sujeito. Os meses passaram e, para minha surpresa, o Sivuca mostrou suas virtudes. Eu passei a respeitá-lo. Com os anos passando fui aprendendo a amá-lo. Desta forma lhe fui fiel até os últimos dias de sua vida. Os primeiros meses de casamento foram uma tortura, é bem verdade, mas o tempo me ensinou a admirá-lo. Hoje as mocinhas só casam se, por ventura, julgarem que já amam os companheiros. Tolice! Não se fazem mais casamentos como antigamente.

E eu lhe disse, aliviado:
- Graças ao bom Deus!

-Gleison Nascimento-
30/11/2012

Um comentário:

  1. Olá Gleison.

    Eu tenho um blog sobre histórico sobre a minha cidade e tenho uma página com crônicas. E gostei muito da sua crônica "Não se fazem mais casamentos como antigamente! ". Gostaria de saber se posso publica-la no meu blog, claro com os seus devidos créditos.
    A URL do meu blog é osanosincriveis.com

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