sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Porque um raio não cai duas vezes no mesmo lugar...




Na quarta-feira retrasada teve futebol. Fazia tempo que eu não jogava. Voltei pra casa com um machucado no cotovelo. Convivi bem com ele durante a semana. Nesta quarta-feira fui jogar novamente. O machucado no cotovelo estava quase curado... Machuquei o dedão do pé. Doeu um pouco e ainda dói. Dói agora, dentro do meu sapato, enquanto escrevo sobre ele. Na quinta-feira (ontem, se o leitor contou bem) acordei e fui trabalhar. Peguei o dedão machucado, passei remédio, cobri com gaze, coloquei o pé na meia e calcei os sapatos. Claro que ficou apertado. Fui trabalhar assim. Estava atrasado. Correr até a Caxangá não era uma opção, então eu fui mancando mesmo. Cheguei na Caxangá, atravessei a pista do sentido cidade-subúrbio e parei no meio. Eram duas fileiras intermináveis de carros. Avistei meu ônibus na outra ponta da outra pista. Pedi com a mão para os carros pararem e me deixarem passar. Eles pararam e eu subi, aliviado. Não posso deixar de mencionar o ônibus. Era o RIO DOCE(CDU). Tenho certeza que o leitor conhece bem. Era ele mesmo. E eu ainda fui sentado! A viagem estava normal. Eu oscilava entre cochilos e troca de mensagens com minha namorada, Khrízia Taynã (que tem brabeza e beleza em excesso). Tudo isso ouvindo Djavan ou alguma outra música boa. De repente, o ônibus freou bruscamente e um som estridente foi ouvido. Quase fui arremessado da cadeira... Foi extremamente rápido. O ônibus batera numa árvore. O leitor vai pensar o mesmo que eu: como o motorista conseguiu fazer isso? Ainda estou estudando isso... Toda a parte do letreiro eletrônico do ônibus ficou quebrada. Nós ficamos bem. Outro ônibus, da mesma linha, passou, logo em seguida e todos subimos. Resultado óbvio: cheguei atrasado. Acabou ali a parte aventureira daquele dia. Se eu tivesse Guilherme Arantes, ontem, no meu celular, eu ouviria “Amanhã”, pra servir de consolo... Hoje, pela manhã, foi assim: Acordei, coloquei uma meia no pé cujo dedão ainda está machucado e calcei os sapatos. Saí atrasado, mancando um pouco menos que ontem. Cheguei na Caxangá e parei no meio da Avenida. Esperava pela oportunidade de atravessar a segunda pista e chegar na parada quando vi que Rio Doce se aproximava. Pedi, com desespero, pra imensa fila de carro parar e me deixar passar. Eles o fizeram. Subi no ônibus e... fui sentado!!!... Entre cochilos e músicas e namoro por mensagens, senti o ônibus parar e abri os olhos (estava no momento do cochilo, nessa hora). Abri os olhos despretensiosamente, como se tivesse acordando numa manhã calma de sábado... Vi todos os passageiros se levantarem e começarem a descer. Eu estava perdido... O que aconteceu? Será que tínhamos morrido e o pessoal do céu (ou do inferno) estava fazendo a triagem? Era uma bomba? Um assalto? Uma árvore???!!!!...Perguntei aos que desciam comigo. Pobres passageiros e “cochileiros”. Eles de nada sabiam. Achei a cobradora e lhe perguntei o que ocorrera. “O motorista está sentindo dores na perna”, disse ela. Balancei a cabeça, me virei e olhei ao redor. Tinha certeza que aquela árvore ficava ali, naquela mesma avenida. Não a encontrei. Não deu tempo de procurar mais. Outro ônibus da mesma linha apareceu, rapidamente, e todos subimos... Resultado óbvio: cheguei atrasado e escrevi uma crônica...

-Danillo Melo-
  28/09/2012

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Um tapinha não dói...

Em cima da minha casa, na parte dos fundos, existe uma caixa d'água que, creio eu, comporta mais de 1000 litros d'água. Meus irmãos, quando jovens, há cerca de 25 anos atrás, eu acho...(velhos, não?!), subiam no telhado da casa e iam "nadar" dentro da caixa. E se a minha mãe descobrisse, a coisa ficaria feia e eles iriam apanhar, com certeza...e apanhavam. De todas as opções existentes para bater nos filhos, a que ela mais gostava era o raspa-coco ou "rapa-coco", segundo ela própria. Se o leitor não sabe o que é, aqui está:
Bonito, não?! O problema da pisa com o rapa-coco era exatamente porque a minha mãe costumava usar não a parte da madeira, mas a parte dos dentes pra corrigir os bagunceiros. É verdade...até hoje, alguns deles carregam pequenas marcas brancas nos braços, marcas que eles mostram, quase com orgulho, cheias de histórias que eles contam sorrindo...Na minha época os instrumentos utilizados foram apenas o cinturão, a sandália e a palmada...nunca provei o "rapa-coco", mas provei o coco que a minha mãe ralava com ele...

Lei 10406 do Código Civil, Art. 1634:
"Compete aos pais, quanto à pessoa dos filhos menores:
VII - exigir que lhes prestem obediência, respeito e os serviços próprios de sua idade e condição."

A mudança no texto foi:

"VII - exigir, sem o uso de força física, moderada ou imoderada que lhes prestem obediência, respeito e os serviços próprios de sua idade e condição."


É a lei da palmada...a lei que a minha mãe seguia, ou não seguia, ou ambos. Não se educa com palmada? Claro que se educa! Eu e meus irmãos fomos educados por ela. Eu, particularmente, recebi palmadas e castigos. Não foram muitos, mas foram suficientes para me tornar conhecedor das duas medidas educativas. Ambas funcionam e se aplicadas no momento e na medida certos, alcançam o efeito pretendido. Aconselho os pais a usá-las, com sabedoria e moderação. Não defendo os abusos e maus-tratos que debilitam e até matam crianças. Não defendo os pais que usam da força física ou psicológica para oprimir, humilhar e subjugar. Não defendo o "rapa-coco", mas defendo a liberdade dos pais em usarem um tapinha para educar, para instruir e corrigir. O estado quer diminuir o direito dos pais a exigirem obediência, mas não abre mão da força que ele mesmo usa para recebê-la. Como se abafa uma manifestação popular numa Avenida no centro do Recife? Com palmada ou sem palmada? "Não batam nos seus filhos...deixem que nós o fazemos!" O estado quer educar de fora pra dentro, mas a educação vem da família. Os pais precisam exercer esses direitos e o estado só deve intervir quando necessário. Em nome de uma falsa "liberdade", os valores que unem e fortalecem as famílias, e que são imprescindíveis para a solidez da sociedade, estão se desfazendo diante de nossos olhos...As músicas que incitam a pedofilia, o tráfico de drogas e a violência andam por aí, mas a palmada, não querem que ela vá a lugar nenhum...

"Art. 2º Considera-se criança, para os efeitos desta Lei, a pessoa até doze anos de idade incompletos, e adolescente aquela entre doze e dezoito anos de idade."
(Fonte: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8069.htm)

Algumas dessas crianças e adolescentes cujos pais não podem exigir obediência por meio de força física, moderada, usam dessa mesma força, de maneira imoderada, para assassinar aqueles que lhe deram e lhe sustentam as vidas. Que os pais não assassinem os filhos e que os filhos não assassinem os pais! Não acredito que a palmadinha seja o único e melhor dos recursos usados para corrigir, mas acredito que ela é um deles. A questão aqui é bem maior do que a polêmica entre bater ou não bater. A questão é sobre impor limites, exercer autoridade e punir. Elementos que o estado sabe e usa muito bem quando quer satisfazer o interesse de minorias privilegiadas. A questão aqui vai mais além da da palmada. A questão aqui é a maneira como o estado tenta tapar o sol com a peneira. Os pais precisam ensinar, principalmente pelo exemplo, como os filhos devem ser bons cidadãos e corrrigir quando necesário. O estado deve proteger e garantir a união e fortaleza das famílias. Alguém diz pra eles que eles estão fazendo isso errado, por favor!!... Bem que eles mereciam um tapinha...



-Danillo Melo-
 10/09/2012