quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Suvaco.



Axilas? Conheço sovaco... Aliás, sovaco não, SUVACO. Não consigo entender o porquê de tanta discriminação linguística com o coitado. Quanta babaquice. Debaixo de um sol de meio dia, não importa o nome, vai ser desagradável ficar perto do dito cujo. Então... Para que tanta pompa?
Perdoem-me os mestres dos bons modos da língua portuguesa, mas eu acho mais agradável estar perto de um suvaco ameno a estar próximo a uma axila revoltada. Além do mais o suvaco está presente no cotidiano de todos nós. Tem como negar?
Quando sua(o) namorada(o), caro leitor, se debruça por sobre seu peito para receber afagos, não se engane, ela(o) vai estar com o nariz no seu suvaco. Então se, por acaso, surgir um comentário do tipo:
- Meu bem, no nosso aniversário de namoro, estou pensando em te dar aquele perfume que eu tanto gosto de sentir na tua pele...
Perigo! Afaste sua(o) amante do peito e encontre um jeito mais agradável de dar carinho, e da próxima vez tome um banho, seu nojento. E, se apesar desse desagrado, esta pessoa não te dispensar... CASE. É amor!
O que eu tenho certeza que o leitor não sabe, é que o homem foi criado graças ao suvaco. Veja só, na criação do mundo Deus deu vida aos animais, fez os mares e a terra, a luz e o breu... Mas de tudo que criou o que mais chamava a atenção do pai eterno eram frutas que brotavam das árvores.
Ele achou aquilo tudo uma obra-prima. As frutas eram a mãe da natureza. Eram elas que geravam as sementes de onde surgiriam novas árvores e a vida perduraria... Então Deus começou a fazer tudo girar em torno das frutas.
Os mares sangraram águas doces para que as árvores se nutrissem e gerassem, assim, boas frutas. As aves comiam as frutas enquanto voavam e, assim, espalhavam suas sementes. Todas as frutas ganharam uma utilidade prática no paraíso e, por ultimo, sobraram duas árvores sem nenhuma função direta. A macieira e o limoeiro não tinham, aos olhos do criador, uma função eminente. Deus pensou alguns minutos e, sentindo a beleza e a doçura do fruto vermelho, disse:
- Tu, árvore sublime, gerarás o fruto que representa meu poder em terra e nenhum animal te poderá tocar... Quanto a você, limoeiro, voltarei amanhã e dar-te-ei uma função.
Então, na mansão celeste, se sentou em sua poltrona, na sala de controle, e se pôs a imaginar como daria utilidade àquela fruta que não parecia servir para nada. Depois de muito imaginar, criou a ‘catinga’. A nova criação era formada por gases que traziam um mau odor. Este que seria inibido pelas substâncias ácidas contidas no limão, mas ainda faltava uma coisa... Quem exalaria a ‘catinga’?
Deus percebeu que teria que produzir uma nova criatura para habitar a terra... Aí surgiram os Suvacos, (dois suvacos, para ser mais exato) Deus os chamou de ‘Suvaco de Adão’ e jogou-os no mundo. Então passou o resto do dia espreitando o impacto causado pelas novas criaturinhas que habitavam o paraíso... Elas até tinham funcionado muito bem, mas Deus, perfeccionista em tudo o que faz, não ficou satisfeito com o resultado estético daqueles dois suvacos, trepados no limoeiro. Então decidiu que teria que criar algo para dar um sentido estético aos ‘suvacos de Adão’... Então fez o homem.Bem, o resto da história vocês já conhecem!

-Gleison Nascimento-
21/11/2012

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