Era fim de tarde, dia de sábado de muito calor. Fui
pela primeira vez na casa de meu amigo Gleison Nascimento, poeta e dançarino de
boa qualidade. Encontramos seu pai no sofá, cumprimentei-o com meu sorrisinho
de amatutado e em seguida sua mãe, pouco mais velha que eu, pode? Meu amigo me
alojou em seu quarto enquanto iria tomar um banho pra depois sairmos pra noite.
Então, eu e um computador (novinho que acabara de ganhar) presenciamos a
chegada de um menininho de 4 anos, sardento e engraçado, achei-o fofo e dei um
cheiro na cabeça. Olho-me de baixo pra cima e perguntou se eu era gay. Depois
pediu pra eu colocar um vídeo no youtube, uma tal Novinha. Jurando ser
algo infantil fiz a pesquisa e apertei play e começou o pancadão! Meu Deus! O
garotinho e mais duas mocinhas que saíram num sei de onde subiram em cima da
cama do poeta e começaram a esculhambar na coreografia. Perguntei ao pivete
“são suas irmãs?” e ele já em estado de êxtase “São minhas morenas!” Desliguei
o computador! Veio a simpática mãe com uma “lapa” de prato de sopa quentíssimo
acompanhado de dois pães amassados na chapa pra minha fartura janta. Hum... Os
meninos roubaram meus pães e saíram correndo. Eu fiquei com a sopa quente
naquele calor danado olhando para o computado desligado pensando na tal
Novinha na cabeça do garoto de olhos brilhantes.
- Kerlle de Magalhães, 02/06/2012-
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