Eu ouvia
muito Legião Urbana e toda vez que uma das minhas sobrinhas estava ao meu lado
e ouvia essa pergunta “O que você vai ser quando você crescer?”, ela respondia:
médica! E o fazia com muito entusiasmo. Ô pergunta difícil, essa! Tem gente que já
cresceu, mas ainda não sabe o que vai ser. Tem gente que sabe o que quer ser,
mas não vai ser, porque ser não é uma coisa tão simples e tão fácil. Depende de
outras coisas e pessoas. Na verdade, há uma diferença gigantesca entre o que
você quer ser e o que você se permite ser. No fundo, nos cantos mais escondidos
do ser, você sabe muito bem o que quer ser. (Eu vou parar com os trocadilhos!)
É tudo muito simples (entender o que eu vou dizer é que é simples). Aquilo que
você deseja ser está mais relacionado aos seus sentimentos mais profundos e
íntimos. Estou falando de profissão mesmo. O problema é a sociedade (... ham? Como
assim? Pensei que ia ser simples de entender...). Sim, a sociedade. Porque,
ainda hoje, para ela, o “melhor” que você pode ser é um médico ou um advogado. Mas
não posso deixar de incluir a “bola da vez”: Engenharia, é claro. Essas
profissões tem um status elevado. Quase todas as outras têm um prestígio menor,
menos reconhecimento. E também tem aquelas que são “impossíveis”: Astronauta e
agente do FBI, por exemplo. Melhor e pior não constituem classificação para
profissões. O que pensar de uma sociedade sem poetas, sociólogos,
historiadores, policiais, biólogos, professores? Acho que todos entendemos o
valor de todas as outras profissões. Só estamos historicamente alienados. Nem
vou discorrer muito sobre isso. Vale-me um poema:
“O todo sem
a parte não é todo,
A parte sem o todo não é parte,
Mas se a parte o faz todo, sendo parte,
Não se diga, que é parte, sendo todo.”(...)
A parte sem o todo não é parte,
Mas se a parte o faz todo, sendo parte,
Não se diga, que é parte, sendo todo.”(...)
Gregório de Matos
Porém, na
sociedade capitalista em que vivemos, seria muita ingenuidade de minha parte esquecer
o dinheiro, pois por mais capitalista que ele seja, nós gostamos e precisamos dele.
No processo de escolher uma profissão a ser seguida, estude, avalie, calcule,
experimente, conheça. E acima de tudo, equilibre. O tempo é uma das dádivas
mais preciosas que temos em nossa vida. E a maneira como o usamos vai fazer
toda a diferença. Ninguém quer passar fome e ninguém quer passar frustração. Todo
mundo quer ser feliz. E eu tenho certeza que todo mundo não vai ser feliz do
mesmo jeito. (Já imaginou um mundo feito
de 7 bilhões de pessoas vestidas com um jaleco branco?). É com todas as
nossas qualidades e particularidades que iremos somar retalhos de competências
a esse imenso mosaico: esse complexo sistema chamado vida e esse complexo lugar
chamado mundo. Cada um sabe, para si, o que mais importa e é aí que está o
nosso foco. Sabem por que escolher uma profissão é tão importante? Porque está
relacionado ao que você vai ser. E ser não somente diz respeito ao que você vai
fazer quando se levantar a cada dia, mas é muito mais que isso. Ou você achou
que aquela pergunta lá em cima só falava de profissões?
-Danillo Melo,
cronista, eletrotécnico e estudante de Letras-
18/06/2012
FANTASTICO ^^ tudo o que precisava ouvir HOJE... Poeta do sorriso LINDO e do jeito que encanta =)
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